Blog apresentado como forma de avalição parcial na matéria de Processos construtivos II, do curso tecnico em edificações - SENAI, ministrada pela prof Ericka Ferraz.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Terceiro Estágio

Tem seu início no final da década de 60 e segue até praticamente os dias atuais.  Nesse estágio, questionou-se principalmente a competência da indústria da construção e intensificara m-se as discussões quanto ao “atraso tecnológico” do setor.

Durante muitos anos, a busca de melhoria no processo construtivo esteve relegada a segundo plano, já que além da valorização fundiária que garantia a rentabilidade dos capitais promocionais da atividade, tornando-se desnecessária a preocupação com o processo, o acesso a fontes creditícias que viabilizassem a execução e posterior venda dos empreendimentos também contribuíam para a despreocupação com a necessidade de edificar com racionalidade e economia. Este posiciona mento foi favorecido pela atuação de sucessivos governos, que, na qualidade de comprador, de normatizador, ou mesmo de principal financiador das atividades do setor, não exigiam a modernização.

A introdução de “sistemas construtivos inovadores” ou ainda “sistema s industrializados”, baseados na pré-fabricação, na maioria trazidos de outros países, foi a resposta dada pelas empresas construtoras de edifícios aos questionamentos e discussões sobre o atraso do setor.

Na década de setenta, um novo processo construtivo para a produção de vedações verticais começou a ser introduzido no país:

a alvenaria estrutural, que será o assunto da próxima postagem.
Segundo Estágio

Continuando tivemos o segundo estágio que teve início no final da segunda década do século XX (1928) e foi até quase o final da década de sessenta. Nesse período, houve uma evolução quanto ao uso do concreto armado, a alvenaria de tijolos cerâmicos,  que até então era usualmente empregadas com a função estrutural para edifícios de até três pavimentos, passa a dar lugar à alvenaria com a função exclusiva de vedação, empregada sobretudo nos edifícios de múltiplos pavimentos, com estrutura de concreto armado.

Paralelamente ao tijolo cerâmico maciço, outros componentes de alvenaria apareceram no mercado, como, por exemplo, os tijolos cerâmicos de oito furos em 1935, os blocos de concreto celular autoclavados em 1948 e os blocos de concreto em meados da década de 50.


Ocorreu, nessa época, uma “ reorientação da economia para o setor industrial; a implantação de infra-estrutura para viabilizar a industrialização, fortalecendo o subsetor de construção pesada; e, ainda, deu-se a intensificação do processo de urbanização levando ao desenvolvimento do subsetor edificações, particularmente, em função da intervenção do Estado, através dos Institutos de Previdência e da
Fundação da Casa Popular”

Em 1964 teve início uma nova etapa do desenvolvimento da indústria da construção civil com a criação do Banco Nacional da Habitação - BNH. O BNH foi criado para tentar suprir essa demanda por habitações e buscou a produção em massa de unidades habitacionais, proporcionando, desta maneira, condições para a expansão do subsetor edificações e do próprio setor de materiais e componentes.



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Primeiro estágio


Como mensionado esse primeiro estagio teve início com a vinda da família real para o Brasil, e um aprimoramento das técnicas ultilizadas até então . Também neste período foram fundadas as primeiras escolas militares e de engenharia do Brasil, o que facilitou a evolução das técnicas construtivas.
Uma das primeiras alterações significativas no setor da construção civil iniciou-se com a promoção do Rio de Janeiro a capital do reino e com a expansão da atividade cafeeira. Estes fatos acarretaram um adensamento nos centros urbanos e exigiram o início da construção de obras de infra-estrutura, moradias e caminhos para o escoamento da produção.


Segundo HOLANDA datam dessa época o início da industrialização dos materiais de construção.
Salienta que os primeiros materiais de construção industrializados, ainda que precariamente, foram os tijolos, os quais começaram a substituir o processo artesanal da taipa nas construções das paredes de
edifícios.
Também nessa época surgiu um novo tipo de edificação, a qual correspondia a uma nova tradição construtiva ou uma nova tecnologia para as vedações verticais da época: a alvenaria de tijolos. Surgiu também a alvenaria portante de tijolos, as quais eram utilizadas nas construções de pequeno porte, algumas vezes utilizadas conjuntamente com peças de aço ou de concreto armado.

Para HOLANDA, o período que se estendeu de 1850 a 1920 foi considerado o período áureo da alvenaria, onde construções que datam dessa época ainda hoje surpreendem pela primorosa execução. Foi marcada também pela notória evolução dos materiais, técnicas e métodos construtivos. Deu-se início nessa época à produção da cal e à produção mecanizada de tijolos. O emprego dos tijolos maciços nas paredes de alvenaria possibilitou um aumento de precisão geométrica, tendo como conseqüências principais: a redução dos erros nas medidas de decímetros para centímetros e o aumento na uniformidade da largura das
paredes.

O ferro, a madeira e o cimento também tiveram muita importância para a construção das vedações verticais dessa época, cada um com suas particularidades.

O ferro começou a ganhar importância, sendo usado como “elemento intercalado e descontínuo” na massa das estrutura s de alvenaria. Por volta de 1860, colunas e vigas de ferro passaram a ser incorpora das à massa de alvenaria, como por exemplo, as abobadilhas de tijolos argamassa dos e executados entre perfis duplo T ou I. Iniciaram-se, então, construções de edifícios com elementos de ferro, sendo essas partes importa das da Bélgica, Suíça, Escócia e França no início do século XX

Ainda segundo HOLANDA 2003, datam do final do século XIX e início do séc ulo XX as primeiras construções em madeira, sendo que a primeira construção com vedações verticais só de madeira foi o Balneário do Guarujá, construído em 1892. Nesta construção foram empregados “kits ou coleções de peças e implementos de madeira”, importados dos Estados Unidos.


O emprego do cimento no Brasil teve seu início nas última s três décadas do século XIX, mais especificamente por volta de 1890. Na virada do século XIX para o século XX, o cimento e o concreto foram objetos de estudos específicos. Inicialmente o concreto fora utilizado em conjunto com elementos estruturais de ferro e de alvenaria. Geralmente construía-se o arcabouço - as paredes - perimetral da alvenaria empregando-se no interior, colunas de ferro, vigas de trilho ou de perfis duplo T. Várias vezes os elementos ficavam embutidos em argamassa moldada em fôrmas de madeira ou pela própria alvenaria de acabamento.

A próxima postagem será sobre a segunda fase da produção para o mercado que teve início no final da segunda década do séc ulo XX (1928) e foi até quase o final da década de sessenta.



Produção para o mercado

Continuando...

Tivemos a fase de produção para o mercado, essa teve início no final da primeira década do século XIX e vem até os dias atuais. Nessa fase, iniciou uma certa organização por parte de grupos de indivíduos que começaram a formar empresas para prestação de serviços e que passavam a atender o mercado.
Porém, a autoprodução não deixou de existir, apenas a construção é que começou a expandir-se e organizar-se de outra forma.
Pode-se dizer que com foco na evolução das técnicas construtivas das vedações verticais, nessa fase foram identificados três estágios diferentes:

Primeiro estágio
Teve início com a vinda da família real para o Brasil, em meados de 1808, e foi até meados da segunda década do século XX. Nesta época foram aplicadas teorias e métodos científicos aos problemas da técnica já estabelecida até então. Também neste período foram fundadas as primeiras escolas militares e de
engenharia do Brasil, o que facilitou a evolução das técnicas construtivas .

Segundo estágio
Teve início no final da segunda década do século XX (1928) e foi até quase o final da década de sessenta.
Nesse período, houve uma evolução quanto ao uso do concreto armado, e segundo alguns escritores/historiadores  este passou a ser a marca registrada da construção de edifícios em geral e era utilizado, até mesmo, para a produção de estruturas para construções simples, como residências de dois pavimentos.


Terceiro estágio
Tem seu início no final da década de 60 e segue até praticamente os dias atuais. Nesse estágio, questionou-se principalmente a competência da indústria da construção e intensificaram-se as discussões quanto ao “atraso tecnológico” do setor. Questões como o aumento da produtividade e redução de custos passaram a ter maior importância devido à produção de bens de consumo em massa.
Bem, o próximo post será sobre o primeiro estágio.




domingo, 19 de agosto de 2012

Fase 1: Autoprodução




Este post será sobre a fase denominada autoprodução que predominou no Brasil desde sua descoberta no século XVI até meados do século XIX, nessa fase a atividade de produção de vedações não era formal, cada individuo construía sua própria moradia., a função das construções era suportar as atividades de sobrevivência, econômicas e político administrativas da época.

Era uma época de primitivismo construtivo, na qual o construtor esteve presente levantando paredes e tetos para abrigar as primeiras feitorias, produtos da terra e gente para a sua defesa.

Com o passar do tempo e com o estabelecimento dos colonizadores no país, foram surgindo outros tipos de edificações, nas quais a influência europeia fazia-se presente, principalmente através das técnicas trazidas de Portugal que se misturavam aos processos utilizados pelos indígenas. Nesta fase, as paredes e o arcabouço eram constituídos por gradeados armados com paus roliços e seu enchimento era feito com barro, galharia e palmas trançadas, ou ainda de taipa e terra. As casas eram construídas principalmente pelos imigrantes europeus e pouco se diferenciavam das ocas indígenas, com relação aos materiais e técnicas empregados.

As principais técnicas construtivas para a produção das vedações verticais eram o pau-a-pique, o adobe ou a taipa de pilão, para moradias mais simples; e a pedra e o barro e, em alguns poucos casos, o tijolo e a cal. Todas elas eram construídas contendo apenas pavimento térreo ou, no máximo, como sobrados.

casa em pau-a-pique

casa em adobe 

capela feita em taipa de pilão

No nordeste usou-se largamente o tijolo de barro cozido, também usual o térreo ser construído de pedra e o andar superior de pau-a-pique. As casas da população mais modesta, pequenos funcionários e comerciantes locais ou artesãos, eram com frequência térreas, em alvenaria de pedra ou tijolo, ou com
estrutura em “gaiola”, com paredes de pau-a-pique. Já os fortes e fortalezas eram construídos com técnicas até aprimoradas para a época, sendo executa das cortinas de pedra e muralhas de terra.

As vedações verticais caracterizavam-se da seguinte maneira: as paredes externas e o arcabouço eram
executados em taipa de pilão e as divisões ou paredes internas levantadas em pau-a-pique ou em taipa de sopapo ou de mão. No geral, a construção distinguia-se por: sua aparência pesada; paredes muito espessas e aberturas de janelas e portas requadradas por vergas, ombreiras e peitoris retos de madeira grossa ou de pedra . Um exemplo dessa técnica construtiva é a chama da “casa da Marquesa de Santos”, uma das únicas
edificações em taipa de pilão ainda identificável em São Paulo.


Casa da marquesa de Santos feita em taipa de pilão

O emprego dos tijolos cerâmicos nas vedações verticais desse período era pouco frequente, mas pode-se salientar como uma das mais remotas, a construção da matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Manga (MG) no a no de 1670, cujas paredes de 150cm de espessura foram integralmente construídas com tijolos cerâmicos maciços. As técnicas construtivas utilizadas nessa época limitavam-se à mera adaptação de
técnicas externas – copiadas de países europeus mais desenvolvidos – às condições locais.

matriz de Nossa Senhora da Conceição

Para as vedações verticais, a autoprodução foi marcada por grande estagnação quanto à evolução das técnicas construtivas, onde foram poucas as mudanças durante quase três séculos. Segundo (HOLANDA, 2003) , este entrave observado no desenvolvimento tecnológico do Brasil colônia deveu-se basicamente à
dificuldade para a instalação de indústrias no país e ao fato de a economia basear-se na escravidão.
Logo, o fim da fase de autoprodução foi marcado e por que não dizer, foi consequência das várias transformações ocorridas na sociedade brasileira, destacando-se: a substituição do trabalho escravo pelo trabalho assalariado; a imigração europeia; a emergência do trabalho industrial; o desenvolvimento dos
transportes; e a importância crescente das cidades.
Tais transformações foram acompanhadas por um aumento considerável da demanda por atividade de construção e, ao mesmo tempo, pela diversificação destas atividades. Neste processo, a construção deixou de se organizar como autoprodução, passando-se a se constituir como atividade independente.

Na próxima postagem será apresentada a fase de produção para o mercado, que teve início no final da primeira década do século XIX e vem até os dias atuais

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A evolução dos métodos construtivos das vedações verticais

No decorrer dos anos novas tecnologias vêm sendo incorporadas na produção das vedações verticais. Com o objetivo de entender melhor essa evolução  apresenta-se um breve histórico das vedações verticais na construção de edifícios no Brasil.


Baseando-se nos estudos de Holanda 2003, pode-se dividir as atividades de produção de edificações em duas fases. Na primeira a atividade de construção se organizava como autoprodução e na segunda como produção para o mercado.

Na autoprodução, as atividades de construção são feitas por iniciativa de seus responsáveis, tanto oriundas do governo como de particulares, ou são atividades de construção centradas no uso. Na produção para o mercado, a atividade de construção é centrada no valor de troca ou, até mesmo, na produção organizada sob encomenda.

No próximo post continuarei com a fase de autoprodução que  predominou no Brasil desde a sua descoberta no século XVI, até meados do século XIX.




sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Alvenaria

1. profissão ou arte de pedreiro
2. arte de construir com pedra e cal
3. associação de pedras que, ligadas por argamassa, formam uma construção
(http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/alvenaria)

Trata-se de  paredes:

1. obra de alvenaria que delimita as partes externas de um edifício e divide os compartimentos internos
2. muro que serve para fechar um espaço ou dividi-lo
3. vedação de qualquer espaço; tapume; tabique; sebe.
(http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/parede)

Além de dividir os cômodos de uma casa e nos proteger de acontecimentos externos as paredes são usadas para outras finalidades...passar canos de água, gás, eletricidade, telefone,cabos de antenas, fios de campainhas, seguram as caixas que suportam as janelas e portas, prateleiras, quadros etc... e ainda suportam parte do peso da construção.

São feitas de blocos colocados uns sobre os outros unidos por uma argamassa de cimento, saibro e areia.
Estes blocos em geral são feitos de barro cozido, (existem também em cimento e areia, mais resistentes e duradouros) em tamanhos 20x20 ou 30x20, Chamados de tijolos podem ser ocos ou maciços.

Videos:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Ap7C22JvHCM

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_WKPOOsZYHg


http://www.fazfacil.com.br/reforma_construcao/paredes.html